Mais uma vez, eu por aqui.
Começo agradecendo a Deus por me sustentar, em todos e mais
profundos sentidos da palavra. Só estou em pé graças a Ele.
Penso por esses dias em quem ou o que me tornei após 21 anos
em tratamento de diálise.
Para mim, olhando pra dentro, percebo que meu bom humor
ainda está lá junto com o desejo de vida, trabalho, aspiração, respiração e
transpiração, mas meu corpo não responde nem corresponde as minhas expectativas.
Para os outros, ainda mais para aqueles que me conheceram a
pouco, os quer ajuda, não precisa levantar, deita um pouco, você está bem?, quase
sempre carregados de preocupação e afeto me coloca num lugar que não acredito
ser meu, mas nesse momento infelizmente é.
Para aqueles que me conheceram antes, há espanto por parte
de uns, você é forte mesmo hein!, por outros indignação e ainda há aqueles que
acreditam que você não pode nada ou ainda pode tudo.
Tudo isso que escrevo são somente minhas reflexões. Não sou
tão pretensioso achando que essas reflexões são pura expressão da verdade, pois
cada um que se manifesta em relação ao outro tem a sua verdade. E essas reflexões,
verdades e expressões variam conforme amadurecemos e vivenciamos.
E sobre tudo que escrevo, expresso e sinto, digo sem medo de
errar que minha postura é sempre de gratidão, nunca de lamentação, sofrimento
ou revolta.
Mas,... sinto falta de mim.
Talvez eu não tenha me amado como deveria.
Certamente não valorizei o trabalho que dei a Deus para
estar por aqui. E tudo passou tão rápido.
Se me fosse dada nova chance provável que eu errasse
novamente, pois quando estamos “por cima” esquecemos de olhar pra baixo, ao
redor.
Mesmo que por vezes seja difícil, nunca vou desistir, em
respeito ao amor e misericórdia do Pai por mim.
Agradeço a todos os afetos, aos quais tenho divida e eterna
gratidão, por formarem essa corrente de amor gratuito do qual nem sou merecedor,
que da motivação para continuar.
Deus abençoe.